Terno e Costume
Vamos começar este artigo com uma notícia que será motivo de espanto para muitos de vocês.
Você sabia que Terno significa três, e que em relação à roupa, é um conjunto de três peças? São elas: paletó, colete e calça. Na ausência do colete, a combinação calça e paletó é um Costume e não um Terno. Portanto, o que mais vemos no dia a dia, principalmente, no mercado de trabalho, são pessoas trajando Costume e não Terno.
Ao Costume, não é exigido o uso de gravata. Já ao Terno, exige-se além do uso da gravata, uma camisa e um sapato social. O lenço é opcional e é uma peça para elevar o estilo do homem e acrescentar charme ao traje.
Vale ressaltar que tanto o Costume quanto o Terno são confeccionados no mesmo tecido, cor, caimento (quantidade de tecido) e modelagem. Ambos fazem parte de um conjunto, por isso, precisam ser iguais.
Paletó e Blazer
O Paletó como dito anteriormente é uma peça formal que compõe o Terno. Já o Blazer é uma variação informal do Paletó, não faz parte de um conjunto de Terno e, portanto, o Blazer é vendido em peça única, avulso, e facilmente encontrado com cortes e tecidos variados, já que, sua proposta é ser adaptável e despojado.
O Blazer não requer uma camisa, uma calça e nem sapato social, podendo ser usado com camiseta, calça jeans e tênis. Para homens mais clássicos e menos adeptos a inovações, uma bela camisa social, uma calça jeans de corte tradicional e um par de sapatos de couro formam um visual bonito e discreto.
Smoking
Finalmente, falaremos do mais luxuoso de todos os trajes formais para homens: o Smoking! Se você receber um convite e nele estiver escrito: Traje A Rigor, Black Tie ou Gala, não tem outra opção: o traje requisitado é o Smoking, o preferido das celebridades que caminham pelo tapete vermelho – seja de noivos ou de artistas de Hollywood. O Smoking é também conhecido como Tenue de Soirée, que na tradução do francês para o português significa: Roupa de Noite.
O Smoking é composto de paletó, calça, camisa branca (preferencialmente, a camisa A Rigor, plissada) lapela em cetim ou seda e gravata borboleta. O uso da faixa em cetim ou seda, em harmonia com a lapela, na linha da cintura, não é obrigatório. O Smoking também dispensa o uso do colete, mas é possível encontrar modelos que possuem esta peça.
A diferença do Paletó do Smoking para o Paletó dos outros trajes está justamente na lapela que, em regra, é feita de cetim ou seda consagrando o ar de sofisticação, privilégio e gala.
As lapelas do Smoking que antes eram mais encontradas em sua forma arredondada, tipo Shawl ou Xale, atualmente, podem ser mais encontradas em recorte triangular do tipo Notched ou Notch. Esta última é mais discreta e está presente em mais de 90% dos Ternos de abotoamento simples, uma vez que fica bem em homens com todo tipo de contorno facial. Dica: Homens com o formato de rosto arredondado devem evitar lapela do tipo Xale. Em outro artigo falaremos mais sobre os tipos de lapelas usadas em Blazer e Paletó.
Curiosidades sobre o Smoking
Mas, de onde surgiu a palavra Smoking? Afinal, na tradução do inglês para o português Smoking quer dizer Fumaça.
Em 1850, o jornal Gentleman’s Magazine, um dos mais influentes da época, sugeriu que fosse criado um traje adequado para se poder fumar cachimbo ou charuto, ou seja, que não impregnasse cheiro de fumo. Este traje foi apresentado como “uma espécie de robe de chambre, veludo, caxemira, plush ou flanela impressa, forrada com cores brilhantes, ornamentada com estampas e grandes botões”. Surgiu assim o Smoking Jacket, a Jaqueta para Fumaça, para fumar. A inspiração da revista para a confecção desta peça data o século XVI, período em que as sedas finas vindas da Índia (uma das “especiarias”) Américas e China, chegaram à Europa, e eram muito requisitadas na confecção dos trajes chiques para a alta sociedade.
E o uso da peça passou a se tornar cada vez mais forte quando o tabaco turco se propagou na Inglaterra devido a Guerra da Crimeia (o Império Turco e a Inglaterra eram aliados), tornando-se, inclusive, tendência entre os cavaleiros ingleses que fumavam após as refeições.
Em meados de 1860, o Príncipe de Gales, Edward VII, ficou totalmente seduzido pelo traje e resolveu solicitar à Henry Poole (proprietário da alfaiataria Henry Poole & Co., uma das mais renomadas da época) um traje como aquele utilizado para o Fumo, mas em seda azul, e não para o Fumo, mas para um jantar em Sandringham – casa de campo da Família Real Britânica. A partir desse fato, abriram-se portas para o desenho de um novo traje, mais confortável e, acima de tudo, formal – o que hoje chamamos de Smoking.
Sucesso absoluto na Inglaterra, o Smoking chegou à América em 1886 por meio do milionário James Brown Potter. Potter possuía um Smoking, pois havia sido presenteado com um modelo pelo Príncipe de Gales, Edward VII. E foi em um Baile de Outono no clube de campo Tuxedo Park, em Nova York, que Potter o estreou. Sucesso no baile, o traje passou a ser copiado por outros membros do clube até ele se tornar uma referência em jantares e festas.
Nos EUA, o Smoking é chamado de Tuxedo (não existe a acepção Smoking), justamente em homenagem a este clube onde o traje foi apresentado pela primeira vez.
Ao longo dos anos o Smoking foi se tornando peça mais formal, sofrendo aprimoramento de suas primeiras versões. Inclusive, no abotoamento. Passou de duplo com 4 botões (modelo “Jaquetão” ou Smoking Jacquet) a 1 botão. A versão de Smoking Europeu com 2 ou 3 botões também é comumente encontrada.
No período da Primeira Guerra, o Smoking sofreu desuso, e voltou a se popularizar anos mais tarde graças às reinvenções ocorridas a partir de 1930. Um dos modelos que ajudaram a reerguer o traje e torna-lo referência de luxo e gala até os dias atuais foi um modelo com Paletó Branco e calça preta. Entre as celebridades, o grupo Rat Pack foi essencial para levar status ao Smoking. Entre os integrantes do grupo estavam Dean Martin, Cary Grant e a estrela mundialmente conhecida: Frank Sinatra. Sinatra jamais abandonou o traje.
A partir dos anos 2000, o Smoking passou a ter ainda mais forças graças a estilistas como Louis Vuitton e Tom Ford.
Noivos e #Smoking: feitos um para o outro
Tradicionalmente, e historicamente, a Noiva foi e sempre será a estrela do casamento. Assim como o seu vestido, guardado a 7 chaves, em segredo, como a senha de um cofre do Banco Central.
Todavia, isso não significa que o traje do Noivo não seja importante ou deva ser menosprezado. Pelo contrário. O traje do Noivo, quando bem escolhido e luxuoso, valoriza o vestido da Noiva e eleva o casamento às alturas.
Como já dissemos neste artigo, nada mais elegante, luxuoso, exclusivo, clássico e refinado quanto o Smoking par o Noivo. Sendo também um traje perfeito para formandos que querem tornar suas presenças tão marcantes quanto suas diplomações.